sexta-feira, 25 de novembro de 2011

É Correto Batizar Bebês?

Será que a Igreja Católica erra ao batizar bebês? Alguns protestantes dizem que sim! Eles alegam que é preciso ter uma certa idade para ser capaz de aceitar Jesus como “Senhor e Salvador” de suas vidas, ou “nascer de novo” . Para eles, quando uma pessoa aceita à Cristo ela já está salva, o batismo é simplesmente um simbolo que segue está aceitação, esse “nascer de novo”. Portanto, se uma pessoa “nasce de novo” mas não recebe este símbolo (batismo) antes de morrer, a sua salvação é ainda garantida, o contrário porém, não é verdadeiro. 

A Igreja Católica sempre entendeu o batismo de uma forma diferente. Para nós o batismo é um sacramento que realiza várias coisas: (1) remissão dos pecados, tanto o pecado original como o atual. No caso das criancinhas somente o pecado original, pois são incapazes do pecado atual. No caso dos adultos ambos (original e atual), “Pedro respondeu: Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar.” Atos 2, 38-39. Também encontramos: “E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome!” Atos 22, 16. Esses comandos são universais, não somente restritos aos adultos. (2) Infusão de graça, essa infusão aviva a alma e torna-a capaz de apreciar o céu. (3) Existem também outros benefícios, como: a remoção das penas causadas pelo pecado, e o direito a graças especiais que ajudam o batizado a cumprir com as suas promessas batismais. 

Na Idade Média, surgiram alguns grupos contrários ao batismo de crianças, como os Anabatistas (rebatizadores). Eles diziam que somente após uma pessoa ter atingido a idade da razão, e ter cometido um pecado, teria ela a necessidade de “aceitar Jesus” para alcançar o céu. Mas, a Igreja Católica sempre entendeu que as leis de Cristo se aplicam tanto aos adultos como as criancinhas. “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus.” Jo 3, 5. Essas palavras podem ser aplicadas a todos aqueles que tenham direito ao Reino, e Jesus conferiu este direito até mesmo para as criancinhas: “Deixai as crianças, e não as impeçais de virem a mim; porque a pessoas assim é que pertence o Reino dos Céus.” Mt 19, 14. E paralelamente: “Algumas pessoas trouxeram criancinhas para que Jesus as tocassem.” Lc 18, 15. Além disso, Paulo diz que o batismo substituiu a circuncisão – Cl 2, 11-12 - Já que a maioria dos circuncidados eram criancinhas, (a circuncisão de adultos era rara devida ao pequeno número de conversão de pessoas para Judaísmo) se Paulo traça esse paralelo, e esquece de excluir as criancinhas, é algo um pouco estranho... 

Muitos protestantes admitem que em nenhum lugar da bíblia diz que o batismo é exclusivamente para os adultos. Mas alguém pode perguntar, e onde na bíblia diz que crianças eram batizadas? De fato, existem indicações bem claras de que criancinhas eram batizadas. Lídia, foi convertida pela pregação de Paulo: “Após ter sido batizada, assim como toda a sua casa” Atos 16, 15. O carcereiro de Paulo e Silas: “E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares” Atos 16, 33. Paulo também em sua carta aos Coríntios diz: “Ah, sim, batizei a família de Estéfanas” 1Cor 1, 16. Em todas as situações anteriores, casas inteiras eram batizadas, presumindo mais que somente o marido e a esposa, no mínimo as crianças e os servos também eram batizados. 

A posição da Igreja Católica é a mesmo dos primeiros cristãos. Origen, escreveu no terceiro século: “A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de conferir o batismo também as criancinhas”. João Crisóstomo disse: “Por esta razão nós batizamos também as criancinhas, embora elas não possuem pecados[atuais]; será concedido para elas a santidade, retidão, adoção, herança, irmandade com Cristo, e para que elas venham à fazer parte de seus corpo.” O Concílio de Cartago, em 252, condenou a ideia de que os bebês só deveriam receber o batismo após o oitavo dia de vida. As citações anteriores são apenas algumas das dezenas sobre o batismo de crianças, não só provando sua existência como também sua prática pelos primeiros cristãos. Repare que o Concilio de Cartago decidiu em que ponto as criancinhas deveriam ser batizadas, ou seja, implica que o batismo de criancinhas já era praticado. Outro ponto a ser pensado, é que se o batismo de criancinhas era realmente proibido, por que não existe nenhum documento dos primeiros cristãos sobre isso? 

Muitos protestantes não dão atenção as situações históricas. Dizem que o batismo requer fé, e que as criancinhas são incapazes disso, sendo assim, não podem ser batizadas. É verdade que a fé é necessária para os adultos convertidos (Mt 28, 19-20), mas, a lei geral que Cristo da a necessidade absoluta do batismo para a salvação (Jo 3, 5) elimina todas as restrições sobre o assunto. Embora as criancinhas sejam inclusas na lei, não se deve esperar que elas tenham fé ou sejam capazes de receberem instruções devido a idade que possuem. 

Toda essa discussão em torno do batismo de criancinhas se dá principalmente pela lógica protestante sobre a salvação. Os protestantes entendem a salvação não como infusão de graça, que é a posição da Igreja Católica, mas como uma aceitação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal. E já que somente os adultos podem ser salvos dessa forma, eles concluem que conceder o batismo as criancinhas é um desperdiço.

[Bibliografia: Catholicism and Fundamentalism, by Karl Keating]

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